A Natureza Dominante da Lei Judaica
Texto Bíblico |Positivamente, a Lei Revela o Pecado | 7.2.2
7 Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás.
8 Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, operou em mim toda a concupiscência; porquanto sem a lei estava morto o pecado.
9 E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri.
10 E o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte.
11 Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou.
12 E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom.
13 Logo tornou-se-me o bom em morte? De modo nenhum; mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou em mim a morte pelo bem; a fim de que pelo mandamento o pecado se fizesse excessivamente maligno.
Comentário
A lei é boa porque [1] revela o pecado (v.7) e [2] revela a grande malignidade do pecado (“excessivamente maligno” v.13). Isto não quer dizer, porém, que a lei cria o pecado, porque, como se via em Rm 5:13 a 21, o pecado existe até quando não há lei.
Paulo ilustra como a lei revela o pecado com um testemunho pessoal. Ele explica como ele mesmo não sabia que tinha concupiscência, até que o mandamento contra a concupiscência (Êx 20:17) se apresentou a ele. Aquele único mandamento servia como o dedo de Deus, apontando ao pecado de Paulo.
Paulo também ilustra como a lei revela a grande malignidade do pecado, por destacar que a lei provocava o pecado dele (ao invés de controlá-lo). O pecado de Paulo descobriu uma razão para agir (“tomando ocasião” v.8), e começou a desejar todos os tipos de concupiscências.
Por que? Havia uma razão—o mandamento, colocado acima de Paulo, provocou o pecado. Então, antes de conhecer o mandamento, Paulo era capaz de possuir concupiscência maligna sem ficar apaixonado em rebelião para pecar (“estava morto o pecado”). Ele estava vivo com o pecado dentro dele, mas ele não estava ciente de que o pecado dele, quando provocado, rebelaria e desejaria cometer maldade. Além disso, quando provocado Paulo percebeu que a lei, que Deus originalmente deu para apontar o homem à vida, na verdade ameaçava o homem com a morte (v.10). Isto é porque a lei dizia: “Faça isso, e viva,” como se o homem conseguisse obedecer perfeitamente e viver. Paulo não era perfeito, (como todos nós); consequentemente, a lei lhe disse: “Você falhou; você deve morrer.”
Paulo concluiu que o pecado o enganou (v.11). O pecado tinha se escondido até o momento certo—uma provocação pela lei. Paulo se sentia muito bem, mas quando a lei se apresentou, o pecado se levantou, Paulo errou e ficou condenado à morte.
A lei, portanto, é santa (v.12), e o homem, culpado. A conclusão é que Deus permitiu que a lei revelasse o pecado e a grande malignidade do pecado. Agora a humanidade pode se conhecer, e mais importante ainda, pode saber da sua grande necessidade de um Salvador do pecado (v.13). Tal leva alguém a ver a sua necessidade de Jesus Cristo (Gl 3:24).
Perguntas Interativas
- O que é que revelou para Paulo o pecado dele?
- O que é que tomou ocasião pelo mandamento para operar em Paulo toda a concupiscência?
- O mandamento era para vida ou para a morte?
- Quando é que o pecado matou Paulo?
- Porque é que Deus permitiu que o pecado operasse em Paulo a morte pela lei (ainda que a lei fosse boa)?
Palavras-Chave
- Cobiçarás – Desejarás algo ou alguém que não é teu, como por exemplo o desejo de ter a esposa alheia
- Concupiscência – Desejo pecaminoso
- Lei – Aqui, o padrão escrito de Deus dado aos judeus que discerne o certo e o errado
- Mandamento – Aqui, o padrão escrito de Deus dado aos judeus que discerne o certo e o errado; a lei
- Pecado – Desobediência contra Deus
- Santo/a – O que é separado do mundo e identificado com Deus, não tendo nem pecado nem corrupção